segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Polícia utiliza animais na luta contra criminosos


CANIL DA POLÍCIA MILTAR DE SANTA CATARINA

EXEMPLO DE PROFISSIONALISMO

Um dos momentos mais prazerosos para quem gosta de cachorros é, ao voltar para casa, ver que o cão estava ansioso pelo retorno do dono. Quem vê o bichinho pulando e abanando o rabo, na espera de brincadeiras seguidas de um carinho, muitas vezes não imagina o quanto o melhor amigo do homem pode ser útil e eficaz no resgate de pessoas e na proteção contra o crime. Com policiais como parceiros, eles realizam patrulhamento tático na região metropolitana das cidades, controlam distúrbios civis e também farejam drogas e explosivos.

O treinamento é diário e o adestramento deve ser realizado junto ao policial que será seu futuro dono. A Polícia Militar de Santa Catarina conta com 120 animais, divididos em 16 canis setoriais, que atuam nesse campo. Só na Grande Florianópolis são 34 cães destinados a essas funções.

Todos os canis do Estado são subordinados tecnicamente ao antigo Pelotão de Policiamento com Cães, que no dia 1o de dezembro passou a ser uma Companhia, e agora conta com 40 policiais e oito viaturas, além dos 34 cachorros. O local é responsável pelo treinamento, preparação, cursos e estágios tanto dos cães quanto dos militares que lidam nesta frente de trabalho.

De acordo com o capitão Clayton Marafioti Martins, comandante da Companhia e que trabalha há 18 anos com o canil, é importante que o policial que vai atuar com o cachorro seja o adestrador do animal. "Nos ataques, o cão atua somente sob o comando do adestrador, ele dá total obediência a seu chefe. Por isso, é importante que seja adestrado pelo policial que ficará ao seu lado", explica. Por conta disso, é necessário que se torne um cinoténico, profissional que tem conhecimento específico na arte de adestrar cães.

O adestramento ocorre em diferentes idades e formas, dependendo da função que o cachorro vai exercer. No caso do K9 - patrulhamento tático - o trabalho inicia quando o cão já está adulto. Para os farejadores, o treinamento dura cerca de um ano e meio, média semelhante a dos cães de resgate, que precisam ser ensinados desde a infância, para que fiquem prontos para encontrar pessoas perdidas ou fugitivas. Para o treinamento de obediência e ataque, destinado à guarda e proteção, são ensinados, segundo Marafioti, comandos básicos como sentar, deitar, ficar em um local ou atacar, sempre a partir dos comandos do dono.

O comandante salienta que no caso dos farejadores é preciso desmistificar a história de que os cães têm contato com a droga. "Não podemos deixar que eles entrem em contato direto com a droga. Durante o treinamento, ocorre apenas o contato com o odor", aponta. Para que isso aconteça, o adestramento é realizado de forma que o animal precise procurar um brinquedo, que tem o mesmo odor dos entorpecentes. Diariamente, os policiais recebem instruções e é realizado um acompanhamento individual do trabalho de cada um.

Farejadores atuam no cumprimento de busca e apreensão

Cachorros de diferentes raças podem ser treinados para diferentes operações. Os farejadores atuam no cumprimento de mandados de busca e apreensão das polícias Civil, Militar, Rodoviária e Federal nas operações em que é necessário detectar drogas, seja de qual for o tipo. Este ano, os policiais também iniciaram um trabalho para farejar explosivos, que está em especialização. A equipe conta com cinco policiais e seis animais.

Nas buscas na mata, os cães podem encontrar tanto pessoas perdidas como foragidos da Justiça em locais de difícil acesso. Nesse serviço são cinco homens, sendo que quatro deles fazem proteção ao policial que vai na frente com um cão. O grupo de Controle de Distúrbio Civil (CDC) trabalha com 12 policiais e 12 cachorros. Nesse caso, o objetivo é combater tumultos, policiamento em práticas desportivas ou mesmo em revista a estabelecimentos penais.

Os animais também são treinados para demonstrações educacionais e recreativas em escolas publicas e privada. Cães atuam com tamanha rapidez nessas operações, por conta da alta capacidade de assimilar células mortas exaladas de um organismo vivo. Quando os cachorros sentem o odor, é porque as células que ficaram suspensas no ar entram em choque com pavilhão olfativo - uma área de alta sensibilidade e possibilita ao animal ter capacidade de sentir 40 vezes mais o cheiro do que o ser humano.

O comandante Marafioti explica que o odor pode estar no chão. Então, o cachorro faz o rastreio. Ou no ar, onde ele realiza o venteio. Com a captação das células não importa a hora ou distância em que a pessoa esteja, ele consegue encontrar. "Quando encontra, avisa o adestrador através do latido e a uma margem de dez metros muda o comportamento. Dessa forma, avisa o adestrador que a pessoa perdida ou a droga está próxima", diz Marafioti. (AV)

Nenhum comentário: